sábado, 27 de março de 2010
SEMANA SANTA O QUE FIZERAM COM JESUS
Falando em perdão, recomendando a reconciliação e até orientando o povo a orar por seus caluniadores, Jesus enfrentava barra pesada. É que o egoísta mundo judeu não transigia um milímetro sequer.
Todo aquele contingente de escribas, fariseus, saduceus e levitas frequentadores da sinagoga não passavam de radicais, sempre a ler os livros sagrados, mas mantendo a velha caturrice. A intransigência era seu código de honra, sua lei pétrea. Para eles a caridade pregada por Cristo infringia a regra do olho por olho e dente por dente.
De par com aquele radicalismo, avultava o despeito e uma recrudescente e invejosa aversão aos milagres do "filho do carpinteiro" cuja mensagem de amor e perdão tanto primava pela sublimidade. O perfil do Nazareno muito diferençava das ideias e dos arraigados costumes judaicos. Sua doutrina contrastava com o "modus vivendi" das turbas hebreias, daí por que estas, incitadas pelo vício da inveja ("confissão de inferioridade", segundo os filósofos) a que se adicionava a vaidade do farisaismo de antanho, atingiram o apogeu do ódio - ódio tão inflamado que levou a massa a chantagear Pilatos: "Se o soltas, não és amigo de César". Odiaram tanto que não tiveram outra alternativa senão trucidar o profeta que os importunava.
Aquela tragédia ignominiosa ocorrida há 2010 anos será rememorada neste início de abril. Sim, iremos celebrar a paixão de Cristo, contritos e arrependidos, pois o Calvário nos permitiu obter o perdão de nossos pecados em nada diferentes da culpa dos judeus contemporâneos de Herodes, Caifaz e Judas.
Transgredindo a lei e os princípios cristãos com a corrupção, o peculato, a concupiscência, a maldade, a inveja e a falta de caridade, todos nos assemelhamos àqueles que injustamente difamaram, ridicularizaram e esbofetearam Jesus Cristo, levando-o ao impiedoso martírio da crucifixão.
Inexoravelmente, a atrocidade dos algozes de Cristo é idêntica à nossa vida de egoísmo e covardia, longe do caminho do Senhor.
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